por LUZANTONIS

Espaços que geram palavras...

Saturday, May 21, 2011

A catedral intangível




Veja o álbum com mais fotos em :

https://picasaweb.google.com/luzantonis/ACatedralIntangivel?authkey=Gv1sRgCNSN1MPq2OTKDg#


Colônia, fevereiro de 2011. Fotografar a Catedral munido de uma Canon Powershot é um desafio que pode tornar-se frustrante quando vislumbramos a imensidão deste monumento. Mas esta deve ser uma tarefa difícil para qualquer fotógrafo, mesma com uma câmera cheia de recursos. Percebo então as “modestas” dimensões da cidade diante da escala desta montanha gótica. A linha vertical almeja aqui o infinito, assumindo o verdadeiro sentido da elevação religiosa.

Afasto-me mais e mais, na tentativa de enquadrar por completo o edifício. Observo que as ruas ao seu redor são caminhos um tanto apertados para uma cidade alemã, o que no fim de inverno reforça a sensação de melancolia. Onde está o sol? Volto-me e vejo que ele faz falta sobre a massa escura de pedra dos campanários.

Retorno e passeio em volta do edifício, praça/esplanada é o espaço para apresentações de rua e obviamente muitos, muitos turistas. Próximos estão o Museu Ludwig, a Sala Filarmônica e o Museu Romano. Me lembro da história da construção, interrompida no século XVI e retomada com a vinda das “relíquias dos reis magos”( o relicário encontra-se hoje exposto no subsolo com os tesouros da igreja). As obras de completamento e iriam tornar-se a maior ação de patrimônio do século XIX e foram concluídas 1880. O edifício conseguiu resistir à destruição da Segunda Guerra Mundial. Observo ainda através das imensas janelas do subsolo o ateliê de conservação da arquitetura, em uma escala proporcional à dimensão do monumento.

Caminho então pelo interior do templo, um espaço verdadeiramente público, praticamente uma extensão da esplanada entre a estação de trem e o metrô. Aqui o tempo da cidade também não para. A luz dos vitrais é o silêncio. Dentre eles me chama a atenção aquele de uma janela no transepto, tão simples em sua geometria (apenas um quadriculado colorido) que se torna uma ousadia no espaço sagrado. Mais tarde iria descobrir pelo Gerard que se trata de uma obra de Gerhard Richter,  ofercido por doação, e que causou certa polêmica na época de sua execução. O vitral foi duramente criticado pelo arcebispo Joachim Kardinal Meisner, que  o considerou mais adequado para uma mesquita do que para uma catedral.

Página da Catedral de Colônia:

http://www.koelner-dom.de/

Página de Gehard Richter:

http://www.gerhard-richter.com/

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