Viena Vermelha
Veja as fotos em:
Na região norte da cidade,
estação de Heiligenstadt é a
última da linha U4 do metrô. Saltando ali se vislumbra a alguns passos uma
grande construção que faz lembrar uma
cidadela moderna. A muralha vermelha de mais de um quilômetro de extensão
trata-se na verdade de um dos mais importantes
( e imponentes) exemplares de arquitetura habitacional da primeira metade do século XX: o conjunto Karl Marx
(Karl-Marx-Hof).
Ao término da Primeira Guerra Mundial Viena havia perdido
seu status do capital do império habsburgo que havia ostentado até a virada do
século. A população havia crescido em uma cidade industrial e empobrecida, sem
condições dignas de moradia . O novo
regime levou ao poder o partido-social democrata, que implantaria um novo conceito de política habitacional,
com a construção de diversos conjuntos , a primeira experiência em grande escala de
construção de habitações coletivas . Viena se tornaria então o campo para interessantes exercícios neste âmbito, cada um expressando conceitos próprios sobre esta arquitetura, que hoje constituem marcos históricos no espaço urbano :
Arquiteto Hubert Gessner: Reumann Hof ( 1924-28); Karl Seitz Hof (1926-17).
Arquitetos Heinrich Schmid e Hermann Aichinger : Raben Hof (1927-28).
Arquiteto Josef Hoffmann: Klosehof (1923-25); Anton-Hölz-Hof (1938-32)
Arquiteto Hubert Gessner: Reumann Hof ( 1924-28); Karl Seitz Hof (1926-17).
Arquitetos Heinrich Schmid e Hermann Aichinger : Raben Hof (1927-28).
Arquiteto Josef Hoffmann: Klosehof (1923-25); Anton-Hölz-Hof (1938-32)
Projetado pelo arquiteto Karl Ehn (1884 - 1957) o conjunto Karl Marx foi construído
entre 1927 e 1930, contando com 1382 apartamentos
de 1 e 2 quartos distribuídos em 6 pavimentos
em um único bloco. O volume central é voltado para uma praça e os dois laterais
desenvolvem-se em volta de uma enorme área interna (Hof).
Destacam-se na fachada os recortes na volumetria obtidos
pelos volumes da sacadas, diferenciados nos pavimentos, e os grandes arcos que
conectam as vias públicas frontais e posteriores ao conjunto. Os eixos dos arcos são marcados por esguias esculturas, únicos
elementos decorativos na rígida
configuração geométrica . As empenas funcionam como frontões monumentais no
coroamento da cobertura e o jogo de cores amarela e vermelha completa o tom expressionista
do conjunto na intenção de afirmação como
marco da política socialista da época. O Karl Marx seria utilizado como
barricada no combate contra os nazifacistas durante os anos trinta.
Restaurado no início dos anos oitenta do século XX, suas
formas prenunciam propostas pós-modernas de arquitetos como Michael Graves, Aldo
Rossi e Mário Botta. Esta influência pode também ser percebida nos projetos de Rob e Leon Krier na IBA Berlin 1987.
Outros conjuntos da época
Outros conjuntos da época
Mais sobre o conjunto Karl Marx:
Sobre Karl Ehn:
Sobre a Viena Vermelha:
http://averdade.org.br/2011/12/a-viena-vermelha-exemplo-historico-de-habitacao-social/
The Architecture of Red Vienna, 1919-1934, por Eve Blau:
Reportagem no Youtube:
1 comment:
Boas fotos, Luiz Antonio. É muito notável como essa Viena Vermelha informou as criações de Rob e Leon Krier. Basta ver a Neubau de 1987 em Berlim. Mas não só. Os tons de vermelho, a paginação das janelas. os arcos com chaves esculpidas, os pátios internos. Em toda a arquitetura dos Krier se lê o dna de Ehn.
Gustavo Rocha-Peixoto
Post a Comment